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julho 18, 2012

Esboço de uma tristeza

Esboço de uma tristeza (escrito ontem, 17-07-2012, junto a um rabisco de mesmo nome)
Envoltos em arabesco
qual dissipada fumaça,
um sentimento e um arrepio...
Sensação de vazio...
Tristeza...
Tanta, até de dar do'...
Profundeza...
Tanta, até o fundo do nada...
No avesso do meio,
nada e' perfeito,
nenhum conto e' inteiro...
todo caminho e' torto, feio,
estreito...
Cresce o medo de estar só,
ninguém, nenhum abraço...
tudo e' escuro,
obscuro...
Sem ver direito
quero apenas um repouso
onde ocultar meu soluçar,
O caminho refaço
pedra por pedra a molhar
respingo amargura no seco pó
por onde passo
repouso a alma ao deixar
minha solidão inquieta
cansada,
recostada
em um banco de praça...
Ecoa
no meu seio
uma batida,
badalada
sem saída,
sem entrada...
De qualquer tempo
separado
quase sem tempo,
prestes a voar
apressado,
coração disparado,
qual relógio adiantado,
gira descontrolado,
o desvairado ponteiro...
Afundo
em amargo poço,
um suspiro profundo...
mergulho meu fardo, sem do'...
Ressoa
em minh'alma
o insustentável medo do frio...
da fúria
da perda,
do eterno vazio,
da falta de calma
do rompimento
da repetida lamúria
do corte
da faca no peito
enfiada com jeito
uma estocada forte...
e caio qual morto sem morte...
do canto de onde espreito
a falta de um sonho sequer...
ausência de um bem qualquer
a compensar tal mal-me-quer...
Escoa
em ânsia demente
um grave lamento...
a vida vivida se esvai também,
qual água corrente...
O suspiro se esconde
no fundo da mente...
sem volta,
sumido no oco ecoante
do cano,
nada mais a perder...
Impossivel retroceder...
Em jato sai
em jato vai
lamento sem fim,
do ralo ao bueiro...
Rudeza do ser
escondida explosão
lágrima abundante,
aguaceiro...
Impossível conter...
Desamparo de mim...
de tudo distante...
Nada mais que um lamento,
tão torto, mas tão torto assim,
vem atroz o pior sentimento
a entristecer meu ser
a latejar,
a doer, a doer
a inspirar,
a crescer, a crescer
Ao fim,
quando transborda a saudade no olhar,
de cada palavra, outra se põe a brotar...
e qual solidário parceiro
surge um verso a transformar
a amargura do meu traçar
em uma semente ruim
a falar, a falar...
Revela-se todo amargor ainda existente em mim...
E assim, sem mais outrossim,
escrevo mais um angustiado poemim...

julho 13, 2012

Frio arrepio...

Dia seco... Promessa de frio... Apreensão... Meus ossos e seus remendos... Sensação de medo da dor... arrepio...

Entrementes

Entrementes... um livro, um tema, um rabisco, um poema...
(escrito em 12/07/2012, enquanto desenhava)...
Entre ensaios de araras, 
corujas "zoiudas"
e outras exóticas aves, 
um intervalo...
andança ...
prazerosa pausa, mudança...
Mergulho em "El cuaderno de Maya",
leitura há algum tempo interrompida...
Maya, uma doidivanas,
a mais perdida
dentre tantas heroínas allendianas...

Pensamento aprisionado
no auto-relato sofrido
de uma "gringuita"
de "corazon atolondrado",
de imediato estou novamente envolvida
no segredo recôndito,
em algum detalhe revelado
no caderno de memórias
de um personagem atormentado...

(Neste ínterim, um contato de amizade com pessoal de antiga militância e' reativado... E, tal como esperado, velha adormecida poeira dialética e' levantada... tanto quixote liberado em velho embate, provocativo moinho... Mas esta e' outra história... Sobre isto tenho um escrito, ainda a ser aqui incluído...)

Ao fim,
'a soltura, o livre rabiscar e' retornado...
E, assim,
sem a grandeza das formas graúdas,
perde-se em redemoinho 
de conhecido amorfo traçado...
Quase me perco, sim,
em tais linhas ondeadas
de multicores
encadeadas...
A forma revolta,
o vai-e-vem,
a ida e a volta,
o rabisco envolvente,
ao tragar o pensamento,
aprisionam o traço em semitom discreto...
Um ou outro risco e' fechado,
preenchido,
entrelaçado...
Qual ébrio tonto,
me encontro em caminhos de idas sem volta
no traçado torto de um mapa secreto...
Ora perdido, ora encontrado,
no turbilhão e na calma deste entrementes,
neste intervalo entre ensaios de aves
que ainda me espreitam, latentes,
um bêbado traço transmudado
toma a forma de um rosto... um achado...
Metades...
Meios olhares...
Meios sorrisos...
Seios de faces...
Inteiros pensares...
Algumas saudades..
Escondidos esgares...
Da criação emerge, companheira,
uma subjacente parceira...
e enfim,
da palavra e' revelado,
e parido
um poemim
um sutil alento,
inspirado,
em faces fantasmas que se desenham,
suaves...

julho 05, 2012

Fingir ou sentir... Tudo e' questão de mentir, o que deveras mente...

Para Paula Baggio, que me inspirou um poemim..
Tristeza vai, tristeza vem...
Átimo de sentir...
Ocasião de fingir...
Em pouca palavra, revelar,
dizer tudo, nada omitir...
Isso, ou mentir...
Em palavra diversa, mente,
sendo escrita ocasional, mente,
mesmo que seja rara, mente...
Por trás da máscara
de intrincada metáfora
diz desalmadamente
que, em seu oficio, mente,
mente por dever,
ou por querer,
mente até mesmo sem perceber...
E, assim, descaradamente,
um poeta desmente a verdade profunda que sente,
ou pensa que sente...
Ao desfiar em meadas, palavras e frases,
uma sensível pintora
de seus escritos se faz "ilustradora"...
Ás de palavra e miragem,
poetisa de escrita e imagem
revela-se tanto mais que uma "fingidora"...
Em seu jeito de ser, singular,
dispõe em dupla dose um trabalho incrível!...
Não tão arisca como, sem alarde, caberia a um poeta,
revela bravura, coragem,
enquadra o etéreo no físico e o faz visível...
Que profunda sensibilidade!
Sem se fechar, distante,
nem se isolar em algum plano intransponível,
desnuda no real o sentimento...
O oculto transformado
em algo que aos olhos e' tangível...
Arrisca-se...
Com a metáfora visual do momento,
mostra, para além do pensamento,
o que "deveras" sente,
ou pensa que sente...
ou permite que alguém veja que sente...
E a cada risco, ou rabisco,
assim como faz com o poema,
também se apossa de alheias dores,
ou finge que as suas são as dos outros...
Carrega em costas arqueadas,
o peso do afastamento...
de uma dor, revela o movimento,
a ruptura de dois mundos que, assim, giram mais lentos,
um separado, outro desordenado,
desfazem, cada um por seu lado,
antigos e recíprocos momentos...
Em jardim encantando de cores
imobiliza a beleza das flores...
Em quadros que foi espalhando nas paredes de um solar
onde um dia aninhou o aconchego do seu lar,
imortalizou o encanto noturno,
a luz solar,
o brilho de um luar...
E' doce, meiga e acalma
a pose da menina na janela...
E' quente, aquece a alma
uma chama vermelha de vela...
Desperta sentimento antigo
um rosto sofrido,
o sorriso contido,
o velho enrugado,
seu choro escondido,
a tristeza no olhar...
Essa arte inspirada,
de mão madura e voz afinada,
me faz lembrar tantos imortais
cujos pincéis quebraram tabus,
mudaram caminhos,
criaram ideais...
a opulência gorda da fêmea,
o sensual visceral do cio,
o colorido de casas grudadas, siamesas,
natureza morta sobre as mesas...
ruas estreitas e beirais,
janelas, calçadas, telhados, e os morros das Minas Gerais...
cordões de bandeirinhas e coloridas bandeirolas,
piqueniques em parques, girassóis ensolarados,
camponeses apaixonados,
retângulos combinados,
marinas, barcos e marolas,
negras e gregas ostentando brilhantes argolas,
tudo a se tornar estilo, inspiração, motivo...
Artista que a tal oficio,
dedica dedos e mente,
a retratar, ou transmudar
em anseio pretensioso,
se expõe a desafio tamanho
tanto quanto almeja metamorfosear...
Com seu crivo exigente,
e uma perspectiva radical,
explora o velho e o novo, o brilhante e o tacanho...
Instigado por um forte interesse social,
ao defender algum ideal,
torna-se critico visceral do bem e do mal...
Das profundezas do seu olhar,
inovador, glacial, lapidar,
não raras vezes revela sentido divergente
que, para muitos, parece estranho...
Tendo a posse das suas e alheias dores,
veste-as de preto, branco, e tantas outras cores...
e qual camaleão, a se colorir do sentir,
rouba pra si a tristeza,
a alegria, a saudade,
o riso, as flores...
E parece que não se angustia
quando faz parecer sua cria
um tal sentimento, uma tal ansiedade
que em outros, com sua privilegiada lente,
em profundidade releva e pressente...
Seja por nostalgia,
sofrimento,
ou deslumbramento,
rouba a arte de uma fotografia
e inspirado nela, recria...
finge que viu, como se fosse seu o olhar original...
transforma o belo do outro, o retrato não por si retratado,
o momento por outro olhar captado,
o sentimento do outro, o roubado,
em imagem sua, seu suspiro, seu alento...
Nem por isso parece ter, desta forma de fingimento,
qualquer arrependimento...
Sobre um traço, pinta...
Sobre outro, retinta...
Em tela, cartão, ou papel
de risco em risco,
com traços de lápis, pena, ou pincel,
em um delicado esboço,
um colorido frio,
de cor pastel,
repousa solitário, o seu vazio...
Vez em vez,
faz ecoar um grito quente,
e revela um nu ardente
sem qualquer pudor
da paixão demente...
Em outro dia,
sem esconder a dor,
em toda a sua lucidez,
exibe um tal amargor
e tinge de cinza um olhar sem cor,
cabisbaixo, quase sombrio...
Seus traços firmes refletem longa viagem,
a sutileza das sombras sugere alguma amarga andança...
Uma intensa bagagem
revela tanto quanto em si mesmo ressente...
Para quem lê, ou vê,
como sempre, o que foi ali pintado,
a ilustração do sorriso, da lágrima, da vida vivida,
tudo se mostra quase imaginário...
O quadro e' bonito, ressalta-se o belo...
como sobressaem, em beleza e alegria, as cores da natureza
aos olhos deslumbrados de quem visita um borboletario,
ou um orquidario...
Ao leitor e ao vedor,
mesmo que, muitas vezes, desinteressado, distante
torna-se impossível ficar indiferente...
Na observação de alguém de fora, de um amigo, ou de um parente,
o real irreal e' re-imaginado,
e em novo roubo se re-cria, admiravelmente,
um nova semente...
Um novo sentido emerge, vivido em algum momento diferente,
talvez ate' variante visceral do astral original...
Instala-se, assim, uma reviravolta temporal,
um novo bem, ou um outro mal...
Tornada sua a cena, o vedor ressente,
na memória demente,
um vórtice do tempo, um redemoinho,
lembrança adormecida, agora desperta, recém saída da sua mente...
Em mim, Paula Baggio,
um quadro seu
tem sempre um impacto assim...
Alguns, meu olhar interessado
visitou nos ambientes das casas de Canaã...
outros, mais recentemente admirados,
foram curiosamente observados...
Visitei cada nuance,
cada imagem...
A cada relance,
cada detalhe que, tantas vezes deslumbrada,
esmiucei tintim por tintim,
me inspirou uma homenagem,
um escrito meu, especialmente dedicado...
Manifestou-se um poemim
e por algum tempo morou latente,
em processo non-finito, demorado...
Agora, por estar em estado mais avançado, semi-acabado,
e talvez por estar crescendo desabalado,
quase descontrolado,
aceito lê-lo como concluído, enfim...
Sendo escrito meu, em um formato rimado,
você sabe, já nasce nomeado,
assim, por mim e' chamado de "um outro poemim"...
Pra você, dedico com o meu carinho
este que apesar do tamanho, gigante,
você pode chamar de "um poeminho..."

junho 05, 2012

Revisitando a palavra escrita, 'non finita'

Garimpado em meus alfarrábios encontro um caminho para mais uma versão do "em mim, também, um musgo espera o sol"...
Re-instigada, agora por um post compartilhado pelo Leon Bolissian, exumei a palavra ...
aqui vai a versão desfossilizada, revisada pra ser publicada,
embora em minha autocrítica ainda seja palavra escrita 'non finita',
um poema sim, mas poemim, em processo...
(post no Facebook, em 5-6-2012)
Variações da angústia encravada em mim... (caminho para outra versão de um tema recorrente)
Ah! Angústia que avassala a palavra... /
Ah! Ansiedade que se esconde em mim... /
Oh! estado de dor, /
espirito imobilizado, /
anseio frustrado... /
Oh sofrimento /
qual chamado de origem visceral, /
abismal, /
abissal... /
E, do fundo de um poço que mais parecia sem fim, /
do escuro mais breu do que nunca se viu, /
numa gota d'água, onde reside o incógnito inviolado, /
um musgo surgiu /
que jamais no lodo sujo se esperava, /
em busca de luz, do mais tênue fio /
que de uma inesperada fresta ao angustiado se anunciava... /
Ao tempo que mais parecia eternidade um microscopico ramo do musgo se abriu, /
como se daquele breu se desprendesse, /
buscando o rastro da luz, o raio frio...
e em caminho ascendente seguiu... /
e se erguendo, mais e mais subiu... /
até que aos olhos do angustiado se tornava /
um talo de seiva, um broto, um prenúncio de flor... /
Em mim, também, um musgo espera o sol... /
Ah! angustia sem fim, /
talvez ainda liberte essa palavra que ao se instalar em mim... /
quem sabe?... se torne nova fonte de algum poemim...

junho 01, 2012

Estudos em arte digital... Por ora, apenas um começo primitivo... Uma experiência de risos, suor e lágrimas...

Retalho sem alinhavo... falta qualquer costura...

Matéria etérea, material banal.. Retalho da Colcha trouxa frouxa... rimas sem tom vozes sem som... jogo de ecos sem sentido palavra ferida fendida em mim um rasgo de morte qual corte de mateiro qual mando de posseiro... encontrei-te sem chamar uma voz de ferro fundido um talho que exala em mim Cheiro... Palavra de ontem sem amanhã... "Onde estas que não respondes?" Perdido no caminho de coveiro... Foste enterrado vivo, inexorável fim Ressuscitado em outro poemim... (deixado em rascunho, desde muitos meses... alinhavo )

maio 29, 2012

Frio e vazio

Quem é este ser que traz em si um impasse?
Quem é este alguém que se impôs tomando espaço,
desfazendo bagagem,
como se de regresso voltasse
de longa viagem?
E agora quer fugir?...
Quer livrar-se da “prisão”
que algum dia fez construir
como um forte grilhão
prendendo em si mesmo o próprio coração?...
Ainda sem sono, já quer ir dormir?...
Em busca de paz, após tanto lutar,
até sobressair,
já quer evadir,
se esconder,
e sumir?...
Quer adiar seu preferir,
perder seu querer,
passar a fingir
que não há tal sofrer?...
Ou quer mesmo deixar de sentir?...
Enfim, juntam-se muitas perguntas de então,
todas que foram jogadas ao léu...
Mas, onde a resposta, qualquer, que afaste este véu?...
Em qual mundo se abriga este pouco saber?
Até onde insistir
neste vão desejo de descobrir?...
Em mim,
aumenta o frio,
e cresce um vazio...
Ao fim,
nem bem vem surgindo,
impositivo,
mais um que ouso chamar “poemim”,
sem mais nem menos, assim,
qual fumaça ao vento, lá se vai esvaindo...
Qual galho solto de árvore marginal,
em água revolta, caído,
rolando, em feroz redemoinho,
tragado em louco giro fatal,
ora afogando,
ora emergindo,
vai-se afundando...
e afinal,
qual resto morto, sucumbido,
é preso ao lodo, perdido,
no fundo escuro de um rio...
Qual fumaça efêmera, dissipada,
qual galho desgarrado, tragado,
pairando sobre a sensação de vazio,
se instala uma triste mudez..
Um verso premente é frustrado, calado...
No silêncio frio,
um poema tremendo enregelado jaz abortado...
Assim,
tão escondido,
também sucumbido
no mais absorto de mim,
foi-se esfumando perdido
o que devesse ter sido,
enfim,
talvez um outro poemim...

maio 13, 2012

Todo dia e' dia...

Todo dia e' dia das mães... Tento me convencer que hoje e' só mais um desses dias... Mas parece que hoje e' mais.... Senão, porque então meu coração bate assim tão apressado, descompassado, neste que e' o primeiro sem sua voz, apenas uma pesarosa sensação da vontade de sua presença? Todo dia e' dia de celebrar a vida, o ato de criar de ver brotar, de regar, de fazer viver! Mas hoje, talvez, possa ser mais! Em coração e mente, celebre-se a benção de ser, de ter, e de querer uma semente!

maio 12, 2012

Tanto tempo... me desoriento

Tanto tempo que me desoriento (pensamento da madrugada postado agorinha no blog Grande Familia Grande) Tanto se passou, desde dois anos... Tempo marcado... Tempo contado... Ontem pensei que dois anos foram precisos para estabelecer um tempo de estar com a pessoa maior que veio marcar a vida da gente... A roda da vida girou numa direção sem retorno... fuso horário nao tem seu lugar nesta roda viva... mais morta que viva a roda no entanto nao para... O tempo passa, disse um narrador do jogo nos idos tempos de uma copa sueca... O tempo nao para disse aquele menino do rio... antevéspera do primeiro dia das mães sem meu norte, sem a visita que foi me ver no sul, sem a pessoa mais benvinda do meu sudeste, sem bussola que me oriente, sem acidente neste centro-oeste...

Friagem... (04-05-2012)

Friagem... Idade... (04-05-2012) Hoje amanheceu frio, uma temperatura que faz doer o corpo deixando sem calma o fundo da minha alma... Os ossos parecem cubos de gelo ardente Uma ponta agulhante, penetrante... Na mão, um dedo dominante e' pulsante articulação... No pé, lateja o tornozelo... No braço, arde o cotovelo... No lombo, uma pontada sem perdão!...

fevereiro 16, 2012

Nada ruim fica frio poemim... (no mural do facebook, 15/02/2012)

lembrando de uma daquelas frases piegas marcantes dos anos 60...
"hoje o céu é um sino de cristal dando horas azuis"...
igualzinho quando uma música bem brega não sai da sua cabeça...
quanto esforço pra enxergar uma nuvem preta ou uma chuva brava no horizonte!!!
cadê o céu que ia desabar sobre as cabeças minhas?
toda busca do ruim terá seu fim, enfim...
será em vão querer andar na contramão...
esta busca do mais pesado em mim vai ter sucesso não...
hoje o dia tá mais praquela 'insustentável leveza do ser'!!!
nada de ficar absorto,
nada de estar quase morto,
nada de tão triste ser,
nem ouse tão mal parecer...
melhor guardar a melancolia em algum confim...
fica aí mesmo, triste ser,
bem escondidim...
vai dormir, frustrado ser...
anda pra longe de mim...
vai-se abrindo um sol, assim assim...
até que, sem sentir alguma dor,
lá se vai o meu poemim...

fevereiro 03, 2012

Tanta areia há tanto tempo desejada! areia que te quero praia!

Nem dia de luz, nem festa de sol... minha mente, meu coração e especialmente meu branco-brasília anseiam por uma praia... faz frio nesta cidade em pleno janeiro!!! céu branco, névoa espessa impedem olhar ao longe... chuva perene obriga ao recolhimento... na "vitrola" de muitos cds, a voz cristalina de Billie Holiday... Long Gone Blues... algum entristecimento seria presente não fossem os verdes de todos os tons colorindo a paisagem... uma leitura empolgante (John Grisham's The Associate), pés enrolados em manta aconchegante... é tempo de fondues, chás, cappuccino, chocolate quente com canela... e amor, amar, amor...
(Há mais de ano anotei essa idéia de praia no Facebook... Continua valendo! A carência tem maioridade... Pois a nota tem data - 6 de janeiro de 2011)

janeiro 25, 2012

o tempo, o vento, a perda...

Dois meses voam...
que distância temporal é essa?...
Saudades caminham sem pressa...
Perdas imensas não passam...
apenas magoam...
(postado no Facebook em 25/01/2012, às 15h)

dois meses...
tempo qual vento voa...
distância temporal?
qual?
essa?...
saudade atemporal
tem outro tempo,
caminha sem pressa...
perda imensa,
dor que não passa
qual ferroada,
ou fisgada,
magoa...

janeiro 12, 2012

Mosaico

Arte de primeira linha e' algo comum na familia Zannon...
Nossa prima Adalgisa se destaca com arte em mosaico...
Mascaras venezianas e faces em disfarce de mulher são obras primas...
Para ver, veja em fotos...


Adalgisa, sua arte obra prima!!!
Adalgisa, mulher sem disfarces...
Admirável artista,
também prima por simplicidade,
amabilidade,
bondade!!!
Obra prima é você, minha prima
Adalgisa Zanon Pereira!!!...

janeiro 07, 2012

Melancólico sábado!

Federico Garcia Lorca escreveu um horário
- as 5 da tarde -,
as pessoas comuns,
o ser acima das convenções e das verdades impostas...
Poemas de transbordar os olhos de pedras áridas...
Ansiedade, melancolia e apreensão do amor,
da liberdade de ser,
da beleza andaluz,
da vida e da morte de pessoas perseguidas,
dos destinos de uma terra ameaçada, massacrada,
dos corpos torturados, mortos, mutilados...
Aos sábados,
em minha vida enquadrada,
quase pouca,
des-ameaçada,
nada louca,
Garcia Lorca foi uma leitura,
parte culta do descanso,
dolce far niente,
escolha que, dolorida intolerável,
podia ser substituída sem dor,
sem culpa,
sem remorso,
ou necessidade de explicação!...
Sábado, hoje, parece-me triste além de Lorca...
Uma dor sem fuga...
inútil não-substituível...
?Onde o dia feito pra ser alegre aberto ao sol,
risonho abrigo dos passeios de amor e brincadeiras,
das folhas leves,
das pipas levadas ao alto, bamboleantes ao sabor do vento...??
Sábado brumoso,
chuva perene,
goteiras no teto até o ponto da ira incontida,
umidade na alma,
incongruências e apreensão não exclusivas dos tempos de cólera,
ou da ponta da pena de Lorca...
Um dia de garoa sem fim
desespero chovendo em mim
grossos pingos em meu poemim!...

Revisitando...

Ainda por reorganizar minhas caixas de folhas escritas, meus discos e pastas com títulos numerados "escritos meus 1 2 3..." há muito ainda por registrar neste blog dos retalhos... há que fazer alguma seleção? ando mais um visitante... ainda me falta uma certa disciplina de "blogueiro"...

janeiro 06, 2012

Vento... alento

Soleil... Fim de tarde de sol e brisa...luz e vida!... ar alimento do espirito... alento vento!
Tarde enfim... momento... sol e brisa... vento... ar do espirito alimento... alento!
...nenhum escrito e' finito...
(postado no facebook em 07 de Dezembro de 2011 às 19:07)

Domingo de chuva

Domingo de chuva... pouca luz... sem festa de sol... bom ter filhos e netos tropeçando uns nos outros nos espaços pequenos da casa...
(postado no facebook em 11/12/2011)

Pichando paredes...

"The secret of happiness is t..."
mural da história... alguns segredos morrem em palavras entrecortadas...
(post ado no Facebook me 13/12/2012)

"i keep pressing escape but i'm still here!"

certos espiritos não obedecem aos comandos inquietos...
(postado no Facebook em 13/12/2011)

faxina... (14/dez/2011)

dia de faxina... o som de aspirador de pó e' agoniante... ao final será que tudo vai estar em seu lugar?... minhas bagunças empilhadas, espalhadas, esparsas... ensacoladas, encaixadas, guardadas?... engavetadas... parece que até o ar fica mais limpo! apenas um desejo crescendo ao longo do dia... quero, preciso, mereço algo assim pra mim... uma faxina interna pra ficar de alma lavada!

Pensei em sair na chuva, molhar ate' escorrer agua pelos poros...nos aureos tempos ajudava bastante... mas a esta altura da vida posso pegar um resfriado... Tomar umas taças a mais de vinho e depois chorar bastante já ajudou algumas e outras vezes... Mas a cara inchada e a sensacao amarga do day after da' uma depressão do cão!!! Ninguém merece, némesmo? Então, continuo desejando!
(postado no facebook em 14/12/2011)

Para Paula Maciel (02/jan/2012)

Disse um dia
um sábio poeta,
um maior entre os maiores,
que embora haja grandes sentimentos,
como a bondade,
e sejam grandes as artes,
como a poesia e as danças,
"o melhor do mundo são as crianças"...
Você que e' sa'bia mulher
já deve estar a perceber
neste caminho que ora começa a percorrer:
são grandes vivências que elevam o espirito
aos auges da emoção
e tão melhor mesmo e' se sentir
um instrumento da criação...
Você sabe como e' genial, quem sabe até ideal
se ocupar a trabalhar...
Você sabe como e' espetacular
encontrar / um perfeito par / pra lhe acompanhar
na mais divertida contradança...
Mas tão melhor mesmo, você vai ver,
e' descobrir
o prazer que há
no esperar...
no sentir crescer,
no fazer nascer
e embalar uma criança!