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novembro 30, 2011

Para sempre, mamãe!

Sempre gostei desta poesia Para Sempre, do Drummond... Em mim, resta a certeza de que mamãe e' para sempre, aqui em nosso pensamento, e no cosmos de energias supremas! Ah! sou tão pequenina, migalha do grão de milho, mas se eu tivesse poder sobre o mundo baixaria uma outra lei: mãe não sofre dor nem cansaço da vida, nunca, nunca...!

PARA SEMPRE (Carlos Drummond de Andrade)
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

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